X-Twitter contornou bloqueio no Brasil com serviços que mascaram tráfego, afirmam provedores de internet
- Thiago Ferraz
- 18 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualização importante sobre a recente situação envolvendo o X, antiga rede social Twitter, que está gerando grande repercussão no Brasil.
Desde o dia 30 de agosto, a plataforma estava bloqueada por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), após decisão do ministro Alexandre de Moraes. No entanto, usuários brasileiros relataram que conseguiram voltar a acessar a rede social nesta quarta-feira. Como isso foi possível?
Cloudflare e o 'escudo' digital
De acordo com a Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT), a volta do X foi possível devido à utilização de um serviço de proxy reverso fornecido pela Cloudflare. Esse serviço atua como uma barreira que dificulta a identificação do IP real do servidor, distribuindo o tráfego por diversas rotas e tornando o bloqueio mais complexo para os provedores de internet.
Esse método de proteção é comum entre grandes empresas, como bancos, que utilizam a Cloudflare para proteger seus servidores de ataques cibernéticos. A Cloudflare gerencia o tráfego entre os usuários e os servidores de sites, aumentando tanto a segurança quanto a performance, além de ocultar o IP real do site — neste caso, o do X.
Provedores enfrentam dificuldades
Com essa mudança, os provedores de internet enfrentam grandes desafios para implementar o bloqueio ordenado pelo STF. Basílio Rodríguez Perez, conselheiro da ABRINT, afirmou que "não é uma coisa simples de bloquear" e que a modificação realizada pelo X torna o bloqueio "muito mais difícil". Ele também destacou que tentar bloquear a Cloudflare poderia afetar vários serviços legítimos e essenciais no Brasil, além do X.
Coincidência ou estratégia?
Embora seja possível que o uso da Cloudflare fosse uma prática anterior da empresa, muitos especialistas levantam a hipótese de que essa atualização tenha sido uma ação deliberada para contornar a decisão judicial. Carlos Rafael Gimenes, professor de Sistemas da Informação, apontou que, embora não haja provas definitivas de que a mudança foi intencional, a "coincidência" levanta suspeitas.
Impactos e próximos passos
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está em contato com os provedores para entender como aplicar o bloqueio diante da nova configuração da rede. Enquanto isso, a acessibilidade ao X permanece, especialmente por meio de redes Wi-Fi, inclusive em órgãos como o próprio STF, onde relatos de acesso foram registrados.
O futuro do X no Brasil ainda é incerto. O STF continua avaliando os relatos de instabilidade no bloqueio, e a Anatel monitora a situação para garantir que a decisão seja respeitada.
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