O Impacto do Ágil quantificado
- Thiago Ferraz
- 25 de out. de 2024
- 3 min de leitura
A agilidade, que inclui práticas como Scrum e Lean, baseia-se na ideia de melhoria contínua. No entanto, muitos profissionais se perguntam: como podemos medir efetivamente essa melhoria? A resposta pode estar na análise de dados precisos e abrangentes, que nos permite entender o verdadeiro impacto das práticas ágeis em nossas equipes e organizações.
A Importância dos Dados
Para impulsionar o desempenho, é essencial ter acesso a dados confiáveis. O CA Agile Central, por exemplo, oferece uma arquitetura multitenant que permite o acesso a dados de benchmarking anônimos de milhares de equipes ágeis. As capacidades de Insights do CA Agile Central, disponíveis na edição Unlimited, fornecem métricas de desempenho e dados de benchmarking para equipes individuais, grupos de equipes e até mesmo para unidades de negócios inteiras.
Essa riqueza de dados nos ajuda a tomar decisões fundamentadas e a justificar a necessidade de recursos adicionais para as equipes.
No final das contas, o verdadeiro poder da agilidade reside na sua capacidade de se adaptar e melhorar continuamente. Com dados em mãos, podemos fazer ajustes informados e criar equipes mais produtivas e eficazes.
Descobertas Reveladoras
Uma análise abrangente, que incluiu dados de mais de 160.000 projetos e 50.000 equipes ágeis, trouxe à tona descobertas surpreendentes sobre práticas ágeis e seu impacto no desempenho:
1. Dedicando Pessoas a um Único Time
As equipes que mantêm seus membros dedicados a um único projeto têm um desempenho significativamente melhor. Os dados mostram que equipes que são 95% ou mais dedicadas apresentam uma produtividade quase duas vezes maior do que aquelas com 50% ou menos de dedicação. Além disso, essa dedicação não só melhora a produtividade, mas também a previsibilidade e a qualidade do trabalho.
2. A Estabilidade das Equipes
A estabilidade das equipes é outro fator crítico. Equipes que mantêm seus membros estáveis entre os ciclos de trabalho têm um desempenho 60% melhor em produtividade, 40% melhor em previsibilidade e 60% melhor em capacidade de resposta. Contudo, a análise revelou que a maioria das equipes não atinge a estabilidade ideal, com uma mediana de 74,8% de estabilidade. Essa instabilidade pode prejudicar o desempenho, pois novos membros precisam ser treinados e integrados constantemente.
3. Melhorando a Qualidade
Quando analisamos processos de estimativa, ficou evidente que equipes que adotam o Scrum Full, com uma abordagem robusta para estimativas, apresentam uma qualidade 250% melhor do que aquelas que não fazem estimativas. Embora equipes que utilizem o Lightweight Scrum mostrem um desempenho geral superior, o Full Scrum ainda se destaca em termos de qualidade.
4. Reduzindo o Time To Market
Um dos princípios fundamentais do ágil é a redução do tempo de entrega. Dados mostram que equipes que controlam o WIP (Work in Progress) de forma agressiva conseguem cortar o tempo de ciclo pela metade, resultando em menos defeitos também. No entanto, é importante encontrar um equilíbrio, pois um WIP extremamente baixo pode prejudicar a produtividade.
5. Tamanhos e Estruturas de Equipe
A pesquisa também abordou a questão do tamanho ideal das equipes. Embora o tamanho recomendado seja de 7, com uma margem de mais ou menos 2, equipes menores tendem a ter melhor produtividade, mas enfrentam desafios em termos de qualidade. Para organizações maiores, a escolha de processos, como o Scrum Full, tende a ser mais comum, refletindo diferenças nas estruturas organizacionais.
As descobertas apresentadas revelam que a implementação eficaz de práticas ágeis não depende apenas da adoção de novas abordagens, mas também da análise de dados e da adaptação contínua. Ao entender o impacto das variáveis como a dedicação da equipe, a estabilidade, a estimativa e a estrutura organizacional, as empresas podem otimizar seu desempenho e obter melhores resultados.

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