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Diferenças de Gênero nas Pausas de Carreira

O conceito de pausa na carreira está cada vez mais presente em nossas vidas, mas o que motiva esses intervalos e como eles diferem entre homens e mulheres?


A edição mais recente do Workforce Report do LinkedIn explora exatamente essa questão, examinando dados de 16 países e revelando nuances importantes.


Pausas de Carreira: Um Panorama Global

O relatório do LinkedIn destaca que mulheres mencionam pausas de carreira em seus perfis 28,8% mais frequentemente que os homens, uma diferença que chama atenção. Países como Alemanha, Irlanda, Austrália e Reino Unido lideram em proporções de mulheres que listam essas pausas em seus perfis, indicando que em alguns lugares, a prática pode ser ainda mais comum ou socialmente aceita.


Os Motivos para Pausas de Carreira

Os dados revelam que os motivos para interromper a carreira variam substancialmente entre os gêneros.


Para as mulheres, a principal razão é a parentalidade em tempo integral. No Brasil, essa realidade se mostra ainda mais intensa: 29,4% das profissionais brasileiras interromperam suas carreiras por este motivo, contra apenas 2,8% dos homens.


Esse número é um reflexo da diferença na divisão de responsabilidades familiares e da estrutura social que ainda atribui à mulher a maior parte das tarefas de cuidado.

Para os homens, o cenário é bem distinto. A transição de carreira é o motivo mais frequente, representando 26,6% das pausas, enquanto a parentalidade aparece em décimo lugar.


Essa diferença de prioridades e motivos reflete uma perspectiva profissional que, para muitos homens, ainda permite mais liberdade para focar em avanços de carreira, enquanto as mulheres enfrentam outras demandas pessoais.


Duração das Pausas: Uma Questão de Gênero

Além dos motivos, o tempo dedicado a essas pausas também varia. Quando a interrupção é para cuidar dos filhos, as mulheres têm pausas medianas de 25 meses, quase o dobro do tempo que os homens se ausentam, com uma média de 16 meses.


As pausas para cuidado de familiares também duram, em média, 22 meses para elas, enquanto para eles, ficam em torno de 15 meses.


Esses dados revelam a desigualdade de gênero não apenas nas razões, mas também na extensão das pausas. Essas pausas prolongadas podem ter impactos importantes na carreira e na progressão profissional das mulheres, representando um ponto crítico para empregadores e políticas de RH que buscam promover um ambiente de trabalho mais inclusivo.


A Influência da Idade

Outro ponto interessante que o relatório do LinkedIn traz é a questão da idade média em que essas pausas acontecem. Em média, as mulheres interrompem suas carreiras temporariamente aos 32 anos, enquanto os homens o fazem um ano mais cedo, aos 31.


Esse dado sugere que as mulheres estão tomando decisões de pausa um pouco mais tarde, possivelmente equilibrando outros fatores de vida e carreira antes de se dedicarem a novas responsabilidades, como a parentalidade.


Considerações sobre a Metodologia

Para alcançar esses insights, o LinkedIn analisou dados anonimizados de mais de 930 milhões de perfis, garantindo a privacidade dos membros e a consideração da identidade de gênero.


As informações analisadas representam um conjunto de dados coletados em 2 de junho de 2024.


Como as Empresas Podem Apoiar as Pausas de Carreira?

Esses dados levantam uma questão essencial para empresas que desejam criar ambientes de trabalho mais justos e inclusivos: como apoiar profissionais que precisam ou optam por pausas na carreira?


Programas de retorno ao trabalho, flexibilidade para transições e benefícios que apoiem a parentalidade são exemplos de políticas que podem fazer a diferença.


As pausas de carreira não precisam ser vistas como um ponto final, mas como um capítulo natural de uma jornada profissional.


E para isso, a compreensão dessas diferenças é essencial para impulsionar ambientes corporativos mais equilibrados.

 
 
 

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