700 mil novos usuários em uma semana no Bluesky 🦋
- Thiago Ferraz
- 13 de nov. de 2024
- 3 min de leitura
Nas últimas semanas, o Bluesky, rede social descentralizada, tem sido alvo de atenção, atraindo 700 mil novos usuários em apenas uma semana e alcançando a marca de 14,5 milhões de contas.
Esse crescimento acelerado reflete não só uma busca por alternativas ao X (antigo Twitter), mas também o desejo de um ambiente digital mais livre e controlado pelos próprios usuários.
Mas o que exatamente está fazendo o Bluesky se destacar, e por que tantos estão migrando?
O contexto do crescimento: fatores externos impulsionando a mudança
Alguns acontecimentos recentes têm agitado o cenário das redes sociais, particularmente nos Estados Unidos, onde o Bluesky já é o segundo aplicativo social gratuito mais baixado na App Store, atrás apenas do Threads, da Meta.
No Brasil, o Bluesky já havia ganhado popularidade quando o X foi temporariamente banido, e agora parece estar em alta nos EUA, especialmente com a proximidade do período eleitoral, que tende a aumentar a necessidade de plataformas seguras e descentralizadas.
Um fator adicional tem sido a insatisfação com o Threads. Muitos usuários vêm reclamando da moderação inconsistente e de um algoritmo de feed forçado, que privilegia o engajamento em vez da experiência individual.
Essas questões, somadas a relatórios de desinformação, têm desgastado a reputação da rede. Em contraste, o Bluesky oferece um ambiente onde os usuários têm mais controle sobre o conteúdo, podendo criar e personalizar seus feeds, algo que dá uma sensação de autonomia raramente encontrada nas redes mais tradicionais.
Funcionalidades e a proposta de valor do Bluesky
Para além das questões externas, o Bluesky está focado em desenvolver uma experiência social que equilibre o engajamento com a autonomia dos usuários.
A rede tem lançado novidades que aproximam a plataforma das funcionalidades das redes tradicionais, sem comprometer seu DNA descentralizado.
Entre os novos recursos estão a capacidade de fixar postagens, suporte para vídeos e a introdução de mensagens diretas. Esses avanços visam tornar o Bluesky uma alternativa atraente, com ferramentas que permitem uma experiência mais completa.
Mas o diferencial que chama a atenção dos entusiastas é a criação de feeds personalizados, permitindo que cada usuário monte sua própria "curadoria" de conteúdo – algo que vai além do simples ajuste de preferências no algoritmo.
Esse recurso oferece uma visão sobre o que as redes descentralizadas podem representar: uma experiência digital mais focada no usuário, com liberdade para escolher o que consumir e como interagir.
O que esse movimento significa para o futuro das redes sociais?
O crescimento do Bluesky é um indicativo de que há uma demanda crescente por redes sociais mais transparentes e controladas pelos usuários, especialmente em tempos de crise de confiança nas grandes plataformas centralizadas.
Com o cenário digital cada vez mais polarizado e o impacto das redes sociais sobre a sociedade em foco, alternativas como o Bluesky representam uma mudança de paradigma.
Além disso, esse movimento também reforça a relevância da descentralização como tendência no setor.
Em uma época em que o controle de dados, a moderação de conteúdo e a confiabilidade de informações estão no centro do debate, redes como o Bluesky oferecem uma proposta mais alinhada com a autonomia do usuário, sem se render à lógica comercial e algoritmos de engajamento que têm caracterizado as redes tradicionais.
Bluesky, uma tendência que veio para ficar?
Resta saber se o Bluesky conseguirá manter esse ritmo de crescimento, adaptando-se e competindo com plataformas como Threads e X. Sua proposta diferenciada, somada ao contexto atual, o posiciona bem para atrair aqueles que buscam uma rede social mais personalizada e, potencialmente, menos sujeita às pressões comerciais.
O sucesso de uma plataforma descentralizada como o Bluesky pode não só fortalecer o movimento pela descentralização, mas também influenciar diretamente o rumo das redes sociais, talvez impulsionando as gigantes do setor a reavaliar suas políticas.
O futuro do Bluesky é promissor, mas os próximos meses serão decisivos para determinar se a rede conseguirá se consolidar como uma alternativa viável e sustentável, ou se será apenas mais um movimento passageiro na busca dos usuários por algo novo.

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